segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mitos e lendas são atrativos da Lagoa Encantada

A divulgação de mitos e lendas como Sereia, Nego D’água, Biatatá e Galo Encantado, que povoariam o espelho d’água da Lagoa Encantada e alimentam o imaginário popular, foi apontada como importante elemento de marketing capaz de alavancar o turismo de aventura da localidade, a 34 quilômetros de Ilhéus, na Bahia.
Além disso, passeios de canoa, caiaques e embarcações maiores, banhos de cachoeiras e a possibilidade de se andar em trilhas sob cavernas também serão atrativos para turistas e visitantes em busca da prática do ecoturismo.
E essas idéias foram recolhidas pelo consultor do Sebrae/BA Luiz Eduardo Guimarães Gonçalves durante o Diagnóstico Participativo Orientado realizado na sede da Associação de Moradores e Amigos da Lagoa Encantada na segunda-feira (25).
O evento foi promovido e coordenado pela Regional Sebrae/BA Mata Atlântica em conjunto com a Bahia Mineração, contando com a participação da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Gerência de Ilhéus, um representante da Câmara de Vereadores de Ilhéus e da Colônia de Pesca Z-34.
Durante todo o dia, os cerca de 40 participantes puderam conhecer e discutir ações e projetos destinados a montar um Plano de Ação que utilize as potencialidades locais para desenvolver o turismo do entorno da Lagoa Encantada. Também apresentaram pontos fortes, oportunidades e eixos temáticos de projetos relativos à infra-estrutura (transporte, educação, saúde e segurança), negócios (gestão, capacitação, turismo) e pesca (esportiva) e fiscalização contra a pesca predatória.
O supervisor de projetos do Sebrae/BA, Eduardo Benjamin Andrade, disse na abertura do evento ter chegado a oportunidade para que os projetos turísticos da vila Lagoa Encantada se desenvolvam, principalmente pela iniciativa de apoio e incentivo da Bahia Mineração como parte de seu relacionamento com a comunidade no Projeto Pedra de Ferro.
Além disso, Andrade destacou que também haverá a participação de outras instituições como Bahia Pesca, Ceplac, Prefeitura de Ilhéus, Ibama, Instituto de Meio Ambiente (IMA) e Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (Sema) que serão convidadas.
Para o presidente da Associação de Moradores e Amigos da Lagoa Encantada, Deud Oliveira, sem apoio externo não será possível desenvolver o turismo local. “Já houve várias tentativas que depois se esvaziaram. Por isso não queremos perder essa oportunidade que junta Sebrae, Bahia Mineração e parceiros em prol do potencial que temos, com belezas naturais sem igual”, disse. Ele anunciou para os próximos dias um mutirão comunitário para limpeza da orla da lagoa com o recolhimento de lixo e detritos e disposição correta dos materiais.
O vereador e presidente da Colônia de Pesca Z-34, Reinaldo Oliveira, o Zé Neguinho, afirmou que a comunidade da Lagoa Encantada precisa de projetos sustentáveis que fortaleçam os pequenos negócios, criem emprego para os jovens e adultos e gerem renda.
“É uma oportunidade para que os moradores digam o que necessitam e cobrem das autoridades, principalmente com relação à estrada de acesso e à infra-estrutura, o que inclui esgotamento sanitário, abastecimento de água, coleta de lixo, iluminação pública, segurança e a regularização fundiária dos imóveis”, opinou, destacando que pescadores e marisqueiras também precisam de apoio.

Dissertações de mestrado
As lendas e mitos sobre a Lagoa Encantada já foram descritos na dissertação do mestrado em Cultura e Turismo pelo professor Reinaldo Soares Santos, em 2004, pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob orientação da professora-doutora Janete Ruiz de Macedo. Sob o tema O Encanto da Lagoa: O imaginário histórico-cultural como elemento propulsor para o Turismo Cultural na Lagoa Encantada, o trabalho faz ampla abordagem sobre aquela localidade.
A vila é habitada por pescadores, marisqueiras, trabalhadores rurais da cultura do cacau e pequenos empresários. A lagoa também é conhecida como Lagoa Grande, Lagoa de Itaipe ou Taípe, desde o século XVI. Conforme o relato do professor Reinaldo Soares, trata-se da “maior lagoa natural de água doce da Bahia, com 6,4 km² de espelho d’água, cercada por fazendas e mata nativa, situada ao norte de Ilhéus, no distrito de Castelo Novo, antigo aldeamento indígena da tribo dos Querén”.
O Diagnóstico Participativo Orientado foi acompanhado pela doutoranda do Curso de Pós-Graduação em Letras e Lingüística da Universidade Federal da Bahia (Ufba), professora Mari Guimarães Souza, que faz novas pesquisas no vilarejo. Segundo explicou, sua pesquisa avança na compreensão do imaginário dos moradores do entorno da Lagoa Encantada sobre lendas e mitos, subordinada ao tema Imaginário das Águas, ampliando o universo da dissertação do professor Reinaldo Soares com foco mais literário para delinear a visão de mundo dos habitantes locais.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário